sexta-feira, 31 de julho de 2009

Bom gosto é excentricidade?

Não é raro eu ouvir coisas do tipo "nossa, mas você não gosta de nenhuma banda" ou "como você é chato pra filmes" quando entro em discussões sobre meus gostos com a maioria das pessoas. Levando em conta que eu tenho mais ou menos três mil músicas no meu acervo, a frase talvez seja devido ao fato de eu não escutar as Pussycat Dolls ou o Vítor e Léo, e sim preferir coisas de indubitável maior qualidade de décadas passadas ou não. O mesmo vale para filmes. Não gostar, por exemplo, de "Velozes ou furiosos" e da última comédia da Cameron Diaz, mas sim de filmes pouco conhecidos e "velhíssimos" te torna um verdadeiro chato e fora da atual moda.
Ah, a moda. Talvez seja ela a culpada. Talvez seja ela a maior praga da chamada pós-modernidade. Não apenas o fato de ela ser uma indústria que produz roupas a preços desumanos para serem compradas pelos ícones atuais desfilarem sobre tapetes vermelhos, mas sim a tentativa de unificar as pessoas em um único gosto literário, musical, cinematográfico e num único estilo.
A juventude atual se veste igual, compra, ouve, lê, vê as mesmas coisas e sequer se incomoda com isso. É assim que se incluem, se autoafirmam, se identificam. E tudo o que for um pouco diferente é excêntrico, bizarro, cafona e, é claro, chato! Filmes com grandes roteiros psicológicos são confusos e parados; livros clássicos da literatura são chatíssimos; músicas com letras trabalhadas e arranjo legal são pouco dançantes e, ah, o cantor já morreu, então deve ser péssimo. Pior do que a moda, apenas seus defensores, que são simplesmente os seres com menos argumentos possíveis. Eles apenas se alienam e se deixam levar, sem resistência alguma, pela mídia, pelo sociedade de consumo, e vão ingerindo diariamente altas doses de lixo vendido pelo Mercado, pelo marketing e pela mídia jovem. É como Aldous Huxley havia previsto, milhões de seres humanos iguais desepenhando a mesma função: comprar e obedecer, no caso.
É triste ver a que ponto chegamos e que a culpa é de nós mesmos, sociedade, que aceitou tais valores corrompidos em troca de um carro sport, uma jaqueta Armani e um livro da Stephanie Meyer, afinal, a felicidade nos dias de hoje se resume apenas nesses três valiosos itens.



terça-feira, 14 de julho de 2009

Dez maiores hinos do Rock.

Listagem feita por mim, em comemoração ao dia do rock, mas que será publicada com um dia de atraso devido a erro do próprio Blogger. Here we go...

10 - Blitzkrieg Bop.
O punk é como um divisor d'águas na história do rock. A partir de meados da década de 80 o estilo se populariza e quebra com aquela tradição de progressividade e peso do rock clássico, inspirando quase tudo o que viria a ser feito posteriormente. Os Ramones não são a maior nem mais famosa banda de punk rock, uma vez que sequer tinham envolvimento com a política, como o punk inglês, mas sintetizam a música rápida, simples e agressiva que é o punk, principalmente nessa canção, imortalizada pela frase "Hey, ho, let's go".
9 - All along the watchtower.
Diz a lenda que quando Bob Dylan leu a bíblia beat "On the road" fugiu de casa em busca de inspiração e passou a compor suas poesias, que marcaram a contracultura norte-americana da década de sessenta. Tal movimento se opunha à guerra do Vietnã, ao consumismo e as injustiças raciais dos EUA na ocasião, e essa canção, com letra de Dylan, na versão de Jimi Hendrix, lembrado até hoje como maior guitarrista da História, é o exemplo máximo do rock libertário e engajado da época.

8 - Lucy in the sky with diamonds.
Os Beatles não são exatamente uma banda de rock, mas simplesmente a maior banda da história da música, em matéria de fama, popularidade, vendas ou canções eternizadas. Uma destas canções, "Lucy in the sky with diamonds", marca a fase psicodélica da banda, e gera até hoje especulações, principalmente sobre a possível presença da palavra LSD nas iniciais da música. Teorias conspiratórias, drogas e psicodelia: a música é um hino dessa fase criativa e alucinógena do rock.7 - Paranoid
O Black Sabbath é tido como criador do Heavy Metal, o que já os eleva a um patamar extremamente inspirador e criativo dentro do rock. A voz abafada de Ozzy, os riffs fúnebres e tidos como satãnicos de Tony Iommi marcam uma caracterização mística e de terror dentro da música, algo muito comum no rock feito após o grupo. A súplica "Can you help me ocuppy my brain" proferida nesta música mostra a figura do rockeiro atordoado e incompreendido, eternizado dentro do estilo.
6 - Another brick in the wall.
O Pink Floyd é outra banda de rock extremamente inovadora. A formação clássica dos músicos, aliada à grande harmonia das notas e psicodelia os tornou os maiores representantes da progressão. A música "Another brick in the wall" e seu memorável refrão "Hey teacher, leave them kids alone" marca o álbum "The wall", obra-prima da banda com letras cheias de significados e mensagens psicológicas, como pode ser visto nas pertubadoras imagens do filme homônimo de 1982.
5 - My Generation.
O The Who simplesmente criou a presença de palco, a perfórmance e a energia agressiva e extremamente viva do rock n' roll. Os saltos do guitarrista Pete Thowsend, os movimentos do vocalista Roger Daltrey, os golpes rápidos de Keith Moon na bateria aliados ao controle do baixo de John Entwistle, tudo isso marcou uma das maiores bandas do rock. A atitude romântica, marcada pela frase "I hope I die before I get old" e as quebras de instrumento e cenário inspiraram uma geração expressiva e incosequente, para a qual a única definição de felicidade era a boa música e a liberdade.
4 - Stairway to heaven.
Apesar de possuir uma música chamada "Rock and roll" e que com certeza também é um hino, é "Stairway to heaven" a música mais popular do Led Zeppelin. Nela podemos presenciar a perfeição dos instrumentistas e o vocal inigualável de Robert Plant, em tom melódico mas em algumas partes beirando à agressividade, o que serve de prévia para maiores e melhores músicas da banda, uma das mais completas do rock.
3 - Rock and roll all night.
A frase "I wanna rock and roll all night and party every day", da música do Kiss, resume os desejos de todos os rockeiros. Ainda mais vinda da banda de hard rock com uma das apresentações mais marcantes da história, com muitas luzes, pirotecnia e jorros de sangue, além de uma música com tirmo rápido e pesado. Fora as conspirações, tão características do rock, que permeiam a banda, como por exemplo o nome da banda que seria a sigla para Kids in Satan Service, ou à respeito da língua do baixista Gene Simmons. O Kiss tem o rock como alma de suas perfórmances e de suas músicas, tendo entrado prà história com suas carecterísticas singulares.2 - Tutti Frutti.
Uma das músicas pioneiras do rock, originalmente de Little Richard, marca bem o que seria este estilo que já tem mais de 50 anos. Ritmo dançante, rápido, com sonoridade diferente de tudo que já havia sido feito, a música inaugura com perfeição o rock, e é até hoje lembrada nas sessões de dança de rock clássico, ainda mais por ter sido gravada pelo popularíssimo Elvis Presley que acabou recebendo o não tão merecido título de rei do rock, que caberia muito melhor a Little Richard, por exemplo, um dos reais criadores do maior estilo musical da História.1 - Satisfaction.
Os Rolling Stones são uma unanimidade. Se popularizaram eternamente entre fãs de qualquer estilo musical, principalmente com "Satisfaction". Apesar de a real qualidade da banda transcender a opinião popular e o valor comercial, sendo apenas visível por aqueles que entendem o verdadeiro espírito do rock n' roll e que pode ser definifo pela atuação agitada de Mick Jagger, a guitarra imortal de Keith Richards e a bateria estruturada de Charlie Watts, por exemplo. Quem nunca gritou "I can't get no satisfaction" e se libertou ao fazê-lo? Então um grande viva aos Stones e ao hino que criaram para representar o estilo mais libertador de todos.

domingo, 12 de julho de 2009

Dia mundial do Rock!

We roll tonight (we're on tonight)
to the guitar bite
yeah, yeah, oh

Stand up and be counted
For what you are about to receive
We are the dealers
We'll give you everything you need
Hail hail to the good times
'Cause rock has got the right of way
We ain't no legend, ain't no cause
We're just livin' for today

For those about to rock, we salute you
For those about to rock, we salute you

We rock at dawn on the front line
Like a bolt right out of the blue
The sky's alight with the guitar bite
Heads will roll and rock tonight

For those about to rock, we salute you
For those about to rock, we salute you
For those about to rock, we salute you
Yes we do
For those about to rock, we salute you

Oooh, we salute!
Oooh, ooooh yeah

We're just a battery for hire with a guitar fire
Ready and aimed at you
Pick up your balls and load up your cannon
For a twenty-one gun salute

For those about to rock - fire
We salute you
For those about to rock, we salute you
Those about to rock - fire
We salute you
Fire

Fot those about to rock, por ACDC.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Woody Allen.

Demorei bastante pra começar a ver filmes do Woody Allen. No dia em que resolvi que ia alugar um, me recomendaram "Manhattan". Não vou mentir que o filme me deu um pouco de sono, devido ao horário e à monotonia. Mas após o término e uma curta reflexão, as frases irônicas e inteligentíssimas proferidas pelo protagonista, interpretado por Allen não me saíam da cabeça. A fotografia do filme, que consegue transfomar Nova York num lugar desejável até para mim, também é de se admirar.
Após essa conclusão dei uma segunda chance ao diretor, e não poderia ter escolhido melhor: "Annie Hall" (cujo título no Brasil me recuso a repetir). Mais uma vez Allen interpreta um sujeito irônico e inteligente. Os diálogos do filme nos fazem esquecer da monotonia. A excentricidade da personagem título, a eterna musa de Allen, Diane Keaton, e as paranoias do protagonista são, para mim, antologias na comédia.
Não bastasse isso ainda conto no meu acervo com "Rosa púrpura do cairo", o único romance água-com-açúcar que digiro facilmente e com gosto devido à inteligência, "Match point", um dos melhores filmes que já vi, onde Allen surpreende provando que sabe fazer suspense como faz comédia, "Vicky Critina Barcelona", onde mais uma vez o cenário é um personagem marcadamente importante para a história e a ótima Penélope Cruz sintetiza tudo, e, por fim, "Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo", com humor irônico, escrachado, surreal, e, novamente, genial. Afinal, quem não se diverte ao extremo ao se lembrar da figura mirrada de Allen vestindo uma roupa de espermatozoide? (Vide foto.)
Aos seus setenta e poucos anos, Woody Allen é uma figura exencial na história do cinema. Não bastasse sua irreverência, contamos ainda com seu amor pelo cinema, o que nos faz amar a este e à sua obra ainda mais. Não dá pra negar, por exemplo, que Rosa púrpura é uma homanagem e tanto à sétima arte. E o fato de o imaginarmos como seus personagens: irônico, cômico e neurótico ainda aumenta o apreço. Que cineasta, ainda vivo, merece mais respeito do que aquele que simplesmente não compareceu ao Oscar no dia em que seu filme recebia quatro prêmios, inclusive o de melhor diretor? É uma prova de que Hollywood pode sim produzir coisas boas quando tocada por almas boas e que, no fim, a negam ao máximo.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Brad Pitt, David Fincher e Benjamin Button.

Apesar de, hoje, Brad Pitt ser alvo constante da mídia, das produções sem cérebro hollywoodianas e dos tabloides, sua essência guarda um grande ator. Acho que não há nada melhor para exemplificar tal fato do que citar o eterno Tyler Durden de "Clube da luta". Na minha humilde opinião de fã , Tyler é o maior personagem da história do cinema. Mas óbvio que para tal, precisamos de um filme como "Clube da luta". Com um roteiro complexo, psicológico e chocante o filme é uma grande mensagem (mais uma vez) sobre a pobreza humana, o consumismo, a futilidade, tudo isso marcado por Tyler, aquele que todos homens gostariam de ser. Ele tem atitude, ele come a mulher que você deseja, ele rouba carros importados e mesmo assim consegue viver alheio à essa sociedade de consumo e marketing. Tudo o que ele precisa pra ser tão marcante é, simplesmente, uma casa caindo aos pedaços.
David Fincher, diretor que, ao meu ver, entrou prà história do cinema com essa obra prima, ainda tem no currículo o ótimo "Seven". Apesar duma caracterização mais pop, o filme é um suspense envolvente, de final surpreendente, roteiro inusitado e percursosr do gênero "Jogos mortais", que é, no mais, apenas uma cópia descartável. Brad Pitt, mais uma vez, atua excelentemente, dando toda a ingenuidade de que seu recém inciado detetive precisa, mas com igual fúria e paixão, pecados condenados no caso do filme.
O último trabalho de Fincher e Brad, o oscarazido "Benjamin Button", é outro acerto, tanto por parte do diretor quando do ator. Novamente tem uma modelagem mais popular, tem um tom épico de superprodução, mas acho que isso condiz com a saga do homem que nasce velho e morre como um recém-nascido. Uma metáfora brilhante sobre a vida, a morte, a experiência e o aprendizado. Será que é necessário, para o ser humano, um surrealismo desses, para entender o quão necessário nos é cada perda, cada percalço, cada caminho tortuoso? Como sempre dizem, o fim, nada mais é do que o fim. O acréscimo verdadeiro está no percurso.
Fincher pode, então, ser alçado a um patamar elevado na cinematografia mundial, já que comparado a atuais e mais cultuados diretores, desenvolveu obras incoparavelmente melhores. Brad Pitt, seu escolhido, contribui fortemente para tal e, desconsiderando os erros como "Troia", se consagra também um grande ator, desde (e principalmente) o início de sua carreira.

domingo, 5 de julho de 2009

Big Brother is watching us.

O digníssimo prefeito de Mogi Mirim e alguns vereadores pretendem, em breve, aprovar uma lei de "toque de recolher" na cidade. A liberdade de menores de dezoito anos seria limitada após certo horário, onze horas da noite, presumo eu. Segundo os políticos e alguns promotores, a lei visaria o combate ao abuso de menores e violência contra os mesmos. Mas fica implícito também a suposta violência que menores possam vir a causar na cidade.
Bom, acho indiscutível o rigor de tal lei, que, ao meu ver, é um atentado à liberdade pessoal, que muitos insistem em dizer que possuímos há mais ou menos dois séculos. Os tempos de nefasta ditadura militar no Brasil já foram, mas, como fica cada vez mais evidente, muitos querem a volta desta, ou pelo menos de algumas medidas da época. Não seria mais fácil e eficiente o controle policial pela cidade durante as madrugadas, evitando vandalismos por parte dos menores, além de dar segurança àqueles que, inocentemente, vagam pelas ruas da cidade às quatro da manhã apenas visando voltar para casa?
O descaso das autoridades no Brasil sempre resulta nisso: medidas drásticas que pouco ajudam, apenas ferem mais. Seria indignante para mim, nos meus quase dezoito anos me submeter à tal medida. Bom, é como muitos sempre previram: os tempos do Grande Irmão nunca foram de todo fictícios na obra de George Orwell. Vamos lá, todos nós devemos submissão ao Estado em nome da ordem e do progresso! E pensar que o Brasil nunca foi um páis com hábitos de censor.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Hipocrisia como característica social.

Não sou, nem almejo ser, um exemplo de valores. Mas a questão é maior do que valores: durante toda a vida, a cada erro, a cada atitude digna de desaprovação, estão todos lá, prontos para apontar, comentar e criticar. Não é, óbvio, que eu nunca tenha agido assim. Quem não é imperfeito a ponto de cometer esse tão comum erro humano? Mas é engraçado, irônico, quase hilário, ver aqueles que mais evidenciaram seu erro, e que mais o oprimiram, a fazer o mesmo, com orgulho e um sorriso na face.
Bom, é aquela coisa, assim diferenciamos quem faz algo por vontade própria, e quem faz por vontade alheia. Estes, os que menos deveriam se manifestar, adoram apontar os primeiros, pois fazem algo que não os encaixa, ainda, no grupo...

Enfim, desabafo. Bullshit!