quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Indignação política.

http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi/?hashId=entrevista-mostra-bem-como-e-o-presidente-lula-diz-serra-0402366ED4C95366&mediaId=359576

O vídeo acima, se somado à desrespeitosa reportagem exibida hoje no "Jornal Nacional" sintetiza o pensamento da oposição do presidente Lula. O dia amanheceu com uma manchete na Folha de São Paulo: "Aqui no Brasil Jesus Cristo teria que se aliar a Judas para fazer coalizão política", palavras proferidas pela presidente em entrevista. A metáfora, muito bem aplicada, denota apenas a sensatez do presidente ao reconhecer a situação política de seu país, aonde opositores fazem governos, e o jogo de interesses acaba definindo partidos e propostas políticas.
Pelo linguajar dito como chulo, em contraste com o do último presidente braisleiro, o renomado sociólogo e aplaudido no mundo todo, Fernando H. Cardoso, Lula é diariamente massacrado por opinantes preconceituosos que julgam toda e qualquer ação do seu governo baseando-se em seu grau de instrução.
Apesar de não ser de todo a favor dos extremistas, que acham que toda aparição de Lula nas grandes mídias (Rede Globo, Folha de São Paulo...) seja pensada em tom manipulador, acredito que este seja o argumento menos viável da direita atual: condenar Lula pelos seus discursos. Se ele é o burro, metalúrgico e alcoólatra, como gostam de evidenciar, porque os grandes e demagogos PSDBistas não entendem sequer uma metáfora?
Isso sim, é manipulado. O tom da crítica de José Serra, formado em economia e que já deu aula na faculdade Sourbonne, na França, do jeito que foi posto no site Uol, apenas contribui para uma visão negativa do atual presidente. E isso só piora se pensarmos que o bispo Dimas Barbosa, secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) criticou Lula e deu-lhe uma tardia aula de cataquese explicando a relação de Jesus e os fariseus. Quem são os fariseus? De que merda isso importa na política brasileira? E o que a Igreja católica tem a ver com isso? Bispo deveria se limitar às suas missas e sua paróquia. A frase é completamente metafórica, e não uma herege, como foi maquiada.
E, nós sabemos que, se quisesse, a mídia poderia transformar a frase de Lula em poesia pura. Afinal, não é assim que as besteiras de Arnaldo Jabor, Alexandre Garcia, Diogo Mainardi e ( _|_ ) José Simão são vistas por esse meios de comunicação? Tá na hora de mudar o discurso. O Brasil precisa de algum príncipe europeu como governante? De Madame Matarazzo no governo de São Paulo? De engenheiro civil formado pela POLI mas com extenso currículo de roubalheiras? Ou será que precisa de alguém que represente a realidade nacional? O sofrimento de grande parcela do povo e que, só por ter sentido esse sofrimento na pele, é difamado constantemente.
Precisamos de um político que nos represente bem exteriormente? Que eu saiba, a popularidade de Lula no exterior é igualmente alta, tanto quanto a sua por aqui, ou será que os cumprimentos de Mr. Barack Obama ("That's my man") e a escolha do Rio como sede olímpica não são suficientes exemplos? E, aliás, em tempos de Sílvio Berlusconi no poder na Itália, Nicolas Sarkozy desfilando ao lado da prostituta cantora Carla Bruni na França e um Nobel da paz comandando um país em guerra no Oriente Médio, acho que Lula faz até bonito em qualquer cenário internacional.

Sem mais, grande desabafo político!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Um bem, e uma necessidade, de todos.

Após anos de desenvolvimento impensado, sobretudo dentro do modelo capitalista, nos deparamos com um meio ambiente fragilizado. Neste contexto, nas últimas décadas, surge uma urgente, porém tardia, preocupação, e temas como preservação ambiental e sustentabilidade se tornam constantes. A preocupação não deve cessar, mas só aumentar, já que hoje já nos conscientizamos da importância do meio ambiente a todos na Terra e dos riscos que este corre.
As primeiras medidas foram tomadas em relação às grandes empresas e Estados desenvolvidos, notadamente, poluidores em potencial em busca do grande desenvolvimento capitalista. Acordos e reuniões como o Tratado de Kyotosão exemplos das primeiras mudanças. Com o tempo, países e multinacionais noticiarão que, sem ajuda do meio ambiente, lucro e capital de nada valem.
Porém não se resume apenas a estes grandes responsáveis.Cada atitude humana, por mais pequena que pareça, traz grandes avanços. Questões como racionamento de água, energia e combustíveis já se tornaram conceitos primários em nossas vidas, os quais, infelizmente, muitos insistem em negar. Campanhas como por exemplo a "Xixi no banho", da fundação SOS Mata Atlântica nos conscientiza que algo antes visto como "porquisse" pode ser de extrema ajuda ao economizar água das descargas.
E, cada vez mais, estas atitudes se tornarão cruciais para o homem e o planeta, o que é perceptível ao evidenciarmos as proporções que questões ambientais vem tomando. Caso a senadora Marina Silva se candidate, o próprio futuro presidencial brasileiro pode ser decidido por questões ecológicas, uma vez que estas estão claramente inseridas nas propostas do Partido Verde, ao qual a senadora acaba de ingressar.
E é isto que o meio ambiente representa: algo amplo, irrestrito, que beneficia desde cidadãos comuns a eleições políticas. E é assim que nossas atitudes devem ser tomadas, sem restrição, com todo e qualquer ato voltado para o ambiente, desde a simples preocupação com copos plásticos à nossa opção partidária eleitoral. Dessa forma garantimos a existência de um bem comunitário, que agracia a todos no planeta, assim como nossa própria existência.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Schools are prisons.

Sem mais...!

domingo, 4 de outubro de 2009

Deus e o diabo na terra do sol.

O homem sempre encontrou na religiosidade seu conforto, seu anestésico, para problemas aparentemente insolucionáveis. No Nordeste brasileiro, mais precisamente no sertão, nos deparamos com uma situação climática que pouco favorece os habitantes do local e que, aliada a um total descaso dos governantes resulta numa calamitosa situação política, social e econômica.
Ausentes de educação, tal povo buscou em Deus seu maior aliado. As preces pela melhora de condições sempre foram constantes e, volta e meia, vemos surgirem figuras como o beato Antônio Conselheiro, que, munido apenas de profecias religiosas, prometeu mudar a vida de todo um povo. Os ensinamentos do beato chamaram o povo à revolta, que resultou num dos mais importantes episódios de nossa História: a guerra do arraial de Canudos.
Glauber Rocha, em seu antológico filme, dialoga com toda a tradição popular do sertão, dando ênfase na pobreza dos trabalhadores locais e na opressão destes por parte dos grande coroneis. Glauber utiliza do profeta Sebastião (em possível analogia a Dom Sebastião, representante de um dos maiores mitos portugueses) para mostrar a fé ingênua e de intenções libertárias do sertanejo. Mas, em dado momento da narrativa, Glauber nos lança uma ideia bastante verdadeira: percebendo que Deus não atende prece alguma, e, caso atenda, de nada melhora, o homem recorre ao próprio homem para solucionar seus problemas.
É aí que entram no filme personagens já tão presentes no imaginário nordestino: o jagunço e o cangaceiro. O cangaceiro Coristo, que diversas vezes exalta o lendário Lampião, é a síntese do homem que faz justiça e cria leis na ponta da espada e no tiro de rifle. Aliás, é assim que ele define a lei no sertão. E é em figuras como ele, e no histórico Lampião, ídolo até hoje do sertão, que o povo credita suas últimas esperanças, já que a lei legítima, de nada lhes favorece.
Derrame de sangue, fanatismo religioso, abuso de poder por parte de coroneis e muita sabedoria popular: é isso que esse grande filme brasileiro nos passa como mensagem através de uma simples câmera nervosa. Uma realidade que hoje já pode nos ter sido banalizada, principalmente de forma chula e grosseira pelas grandes mídias, mas que ainda toca a muitos, e, imagine em 1964, auge do Cinema Novo. Afinal, cada vez mais, dado à atual conjuntura, existe o medo de que o sertão vire mar e o mar algum dia vire sertão, medo tão comum nos míticos sertanejos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Panis et circensis.

"Chega de sermos um país pequeno", disse hoje, o presidente Lula, após receber a notícia de que o Brasil, mais especificamente a cidade do Rio de Janeiro, será sede das Olimpíadas de 2016. Não poderia existir momento melhor para a frase de Lula ou para a escolha do Rio como cidade olímipica na História brasileira.
Pagamento da dívida externa, boa imagem perante o Banco Mundial e o FMI, um presidente que se dá ao luxo de "brincar" com Barack Obama e ostenta récorde de popularidade perante os eleitores. O Brasil realmente, não é mais um país pequeno. Afinal, que país pequeno pode arcar com os 25,9 bilhões (BILHÕES!) de reais estimados para as Olimpíadas? É isso que o Brasil acaba de adquirir: um fardo com esse altíssimo valor monetário. Além, é claro, da imensa satisfação popular do sempre feliz povo carioca, agora, mais nacionalista do que nunca. 2016 será o ano do nacionalismo. O Brasil nunca viu tantas bandeiras hasteadas como verá nesse ano, e as manifestações já se iniciaram.
A situação não é de todo horrível. É claro que o discurso demagógico "Rede Globo" de que os Jogos Olímpicos trazem progressos, lucros com o turismo, grande circulação de capital e melhoria no sistema de transportes é um pouco válido. Mas e lucros com o comércio externo? E progressos na educação e saúde? E a grande circulação de capital per capita? Qual o valor de uma olimpíada se analisarmos esses quesitos, os quais o Brasil apresenta em grande carência?
Parece radicalismo, mas é uma opinião bastante sensata: as Olimpíadas nada mais são do que um grande exemplo do panis et circensis contemporâneo, herdado da antiguidade romana, que vivemos. Os grandes eventos esportivos sempre tiveram esse caráter, Olímpiadas, mais do que qualquer outro. O Brasil, com essa nova fase, se afirma como maior potência esportiva do mundo, algo que ele já tem tradição há tempos, além de potência econômica. Mas é triste ver que foi esse o modo que nosso país e povo encontraram para crescer em termos mundiais.
O povo brasileiro precisa entender que não é orgulho algum gastar bilhões de dólares em construções de estádios e estrutura olímpica (que inclue um sistema de segurança ótimo, mas que dura apenas o tempo dos jogos, pouco auxiliando a população) enquanto temos, no Rio, milhões passando fome. Milhões aderindo e financiando o tráfico de drogas. Milhões morrendo em nome deste e da violência que permeia a capital carioca. Mas aí, viveremos sete anos de grande ânsia e expectativa e um mês de comemorações, quando os jogos se iniciarem. E, se tratando do povo brasileiro, isso os faria o povo mais feliz do mundo, amando demasiadamente seu país e pátria cada vez mais a cada medalha conquistada e, durante esse tempo, nossa imprensa jamais noticiaria alguma catástrofe. Tudo como Július Caesar previu em sua Roma imperial.