sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Indignação política - Parte dois.

A reputação do Instituto Nobel e de suas anuais premiações vem sendo contestada já a certo tempo. Com premiados duvidosos, indicados ainda mais (o "grande" literato Paulo Coelho, por exemplo, já foi indicado ao Nobel da literatura) e uma clara influência mercadológica, assim como o Oscar, o instituto não é mais sinal de confibiliadade dentre as pessoas sensatas.
Mas, dessa vez, os limites foram todos ultrapassados. O prêmio Nobel da paz entregue a Barack Obama? Acredito que não tenha havido, nesse planeta, cidadão que não se espantou com a notícia. O próprio Obama afirma ter sido pego de surpresa. Bom, não é pra menos, né? Acredito que o erro incial consista em premiar alguém (com algo em torno de um milhão de euros) por atitudes em nome da paz. Quem, de forma real e verdadeira, luta por este ideal, pouco se manifesta nesses grandes meios midíaticos. E, muito menos, almeja alguma premiação.
Alfred Nobel, idealizador do instituto e do próprio prêmio decidiu, por local de entrega e decisão do Nobel da paz, a Noruega. Segundo ele, escolher um país fora das grandes decisões geopolíticas evitaria que o prêmio fosse concedido baseado em interesses diplomáticos. Bom, não adiantou! Será que os noruegueses do comitê que escolhem os premiados acham mesmo que Obama lute pela paz mundial? O mundo todo se auto-iludiu ao achar que, por ser negro, muçulmano, whatever, Obama representaria uma alternativa à Doutrina Bush. Mas, hoje, após praticamente um ano de mandato, a ilusão ainda permanece?
Eu, sinceramente, duvido muito. Guantânamo? Ainda funciona, repleta de prisioneiros políticos! Afeganistão? Continua dominado pro tropas americanas, com uma economia despencando e uma política administrativa extremamente corrupta, chefiada pelo Estado norte-americano. Iraque? Os EUA ainda se julgam donos do local, já que so livraram (através uma pena de morte bastante pacífica) do ditador local, Saddam Hussein.
Mas o choque e a indignação inicial já haviam se transformado em conformismo, afinal, o prêmio pouco representa para mim, que tenho total noção de sua pífia fidedignidade. Mas, ontem, percorrendo os sites de notícia da internet, me deparei com o discurso de Obama logo após receber a medalha que simboliza sua premiação. Obama afirmou, sim, afirmou, ser a guerra um meio de se manter a paz! Algo mais americano absurdo do que isso? Obama provou ser uma apenas um apêndice do governo Bush, assim como todos os cidadões americanos são. E, talvez, isso nem tenha causado incômodos ao país que governa, já que eles estão acostumados a elegerem políticos imperialistas e assassinos. O quão ridículo foram todos os discursos de felicitação quando Bush abandonou o governo... o quão ridículo foi esse prêmio! Não que ele agora tenha passado a significar algo para mim, mas a indignação é o primeiro passo... sempre digo que, quando o mundo todo tiver algo pelo que se indignar, a mudança estará iniciada... mas, enquanto isso, fuck off! Vou lá assistir algum filme hollywoodiano na tv.


Um comentário:

João Vitor disse...

Falando em filme hollywoodiano, você já assistiu "Os Suspeitos"? Fica a dica....