quinta-feira, 9 de julho de 2009

Woody Allen.

Demorei bastante pra começar a ver filmes do Woody Allen. No dia em que resolvi que ia alugar um, me recomendaram "Manhattan". Não vou mentir que o filme me deu um pouco de sono, devido ao horário e à monotonia. Mas após o término e uma curta reflexão, as frases irônicas e inteligentíssimas proferidas pelo protagonista, interpretado por Allen não me saíam da cabeça. A fotografia do filme, que consegue transfomar Nova York num lugar desejável até para mim, também é de se admirar.
Após essa conclusão dei uma segunda chance ao diretor, e não poderia ter escolhido melhor: "Annie Hall" (cujo título no Brasil me recuso a repetir). Mais uma vez Allen interpreta um sujeito irônico e inteligente. Os diálogos do filme nos fazem esquecer da monotonia. A excentricidade da personagem título, a eterna musa de Allen, Diane Keaton, e as paranoias do protagonista são, para mim, antologias na comédia.
Não bastasse isso ainda conto no meu acervo com "Rosa púrpura do cairo", o único romance água-com-açúcar que digiro facilmente e com gosto devido à inteligência, "Match point", um dos melhores filmes que já vi, onde Allen surpreende provando que sabe fazer suspense como faz comédia, "Vicky Critina Barcelona", onde mais uma vez o cenário é um personagem marcadamente importante para a história e a ótima Penélope Cruz sintetiza tudo, e, por fim, "Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo", com humor irônico, escrachado, surreal, e, novamente, genial. Afinal, quem não se diverte ao extremo ao se lembrar da figura mirrada de Allen vestindo uma roupa de espermatozoide? (Vide foto.)
Aos seus setenta e poucos anos, Woody Allen é uma figura exencial na história do cinema. Não bastasse sua irreverência, contamos ainda com seu amor pelo cinema, o que nos faz amar a este e à sua obra ainda mais. Não dá pra negar, por exemplo, que Rosa púrpura é uma homanagem e tanto à sétima arte. E o fato de o imaginarmos como seus personagens: irônico, cômico e neurótico ainda aumenta o apreço. Que cineasta, ainda vivo, merece mais respeito do que aquele que simplesmente não compareceu ao Oscar no dia em que seu filme recebia quatro prêmios, inclusive o de melhor diretor? É uma prova de que Hollywood pode sim produzir coisas boas quando tocada por almas boas e que, no fim, a negam ao máximo.

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